segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ronaldinho Gaúcho

No jornalismo esportivo, o início de temporada do futebol é sempre difícil: pouco conteúdo, em virtude de só haver treinos nos clubes, e muita especulação de possíveis novos reforços. E em meio a uma enxurrada de nomes ventilados na imprensa, muitos sequer sem qualquer negociação, eis que surge o nome de um certo dentuço que tomou conta do noticiário há duas semanas. Trata-se de Ronaldinho Gaúcho, renegado na Europa e sonho de muitos clubes brasileiros. O negócio ganhou ares de novela quando o empresário e irmão de Ronaldo, Assis, fez uma espécie de leilão pelo jogador, conversou com os clubes interessados em pagar a altíssima quantia exigida e deu respostas animadoras para as diretorias que se dispuseram a pagá-la. A novela virou circo quando a imprensa foi convocada para uma entrevista coletiva no luxuoso Copacabana Palace, onde tudo dava a entender que o caso seria esclarecido. Ledo Engano. Apenas foi comunicado o desligamento de Ronaldo do Milan e o prazo de uma semana para o jogador analisar as propostas recebidas. O Grêmio chegou a começar a montagem de uma festa em seu estádio, o Palmeiras comemorava a alcunha de melhor proposta feita, o Flamengo dizia que estava tudo certo com o jogador e a imprensa se via refém de informações desencontradas.
A situação ainda se arrasta. Grêmio e Palmeiras, cansados, desistiram oficialmente. O Flamengo continua negociando. Certo mesmo é que o episódio já manchou a imagem do atleta com os torcedores brasileiros. Ronaldo seria um excelente reforço de marketing para qualquer clube do país e certeza de estádios lotados, vendas de produtos esgotadas, lucro garantido.  Mas, desde que saiu do Barcelona, em 2006, sua assiduidade nas casas noturnas e seu desempenho em vertiginosa queda geram dúvidas a respeito de seu potencial em campo: ele ainda tem bola para arrebentar aqui? Talvez tenha, pela péssima safra doméstica. De qualquer forma, Ronaldo não é maior que os clubes que o desejam. Se tiver um desempenho em campo condizente com o manejo do negócio pelo irmão, e, por que não, por sua própria omissão em definir o imbróglio, ele será um fracasso.

Nenhum comentário: