
O mês de abril do ano de 2010 vai ficar marcado (negativamente) na história da cidade maravilhosa. Dois fatos paralisaram o estado, reacenderam a discussão sobre a omissão do poder público e puseram em xeque a estrutura da cidade: um nas primeiras semanas, por conta das chuvas, e outro no feriado de Tiradentes, fazendo sucumbir o sistema de transportes. Abril chegou para o Rio com ares de catástrofe. Chuvas torrenciais e incessantes por longos cinco dias fizeram o prefeito e o governador implorarem para que os cariocas não saíssem de suas casas, tamanho o estrago causado nas ruas. Os temporais deixaram a cidade submersa, intransitável e, o pior, causaram deslizamentos em diversos morros por todo o estado - fazendo o número de vítimas fatais chegar à casa das centenas. Passadas algumas semanas, Sérgio Cabral e Eduardo Paes fizeram um mapeamento geotécnico identificando todas as áreas da região metropolitana passíveis de novos desbarrancamentos e está aos poucos removendo os moradores e os reassentando em lugares mais seguros. A pergunta é: por que o mapeamento e o reassentamento só foram postos em prática após as tragédias?
No feriado de Tiradentes, quarta-feira ensolarada, tudo dava a crer que as ruas da cidade estariam tranquilas e sem retenções, o que não aconteceu. Um megaevento religioso levou ao Aterro do Flamengo um público estimado em um milhão de pessoas. Milhares de ônibus lotados de fiéis causaram trânsitos enormes na Zon

a Sul, no Centro e na Leopoldina. O metrô também sofreu superlotação, e a cidade ficou paralisada. O caso evidenciou o despreparo das autoridades e pôs em dúvida se o Rio conseguirá comportar a crescente demanda de veículos nas vias da cidade.
Desse jeito, como sediaremos as Olimpíadas de 2016?
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