
O caneco, pela terceira vez seguida, abraçou mãos são-paulinas. É o sexto título brasileiro dos tricolores paulistas. Durante a competição, o São Paulo foi favorecido pela arbitragem em diversos jogos - não se pode negar. Mas será que o título foi comprado? Quem pode afirmar? Será que é uma mera coincidência esse tricampeonato? Ou devemos parar e pensar que, por trás do sucesso de Rogério Ceni e companhia, existe uma admirável (e invejável) estrutura que permite aos jogadores exercerem sua profissão da melhor maneira possível? Que há um planejamento minucioso da diretoria acerca de contratações, receitas, despesas e pagamento dos salários em dia? Não se trata de sorte, tampouco de má intenção de terceiros. Trata-se de uma palavrinha mágica tão escassa à maioria dos dirigentes dos clubes brasileiros: competência. E nesse quesito, os são-paulinos estão anos-luz à frente dos demais...
No que diz respeito às (quatro) vagas para a Libertadores, creio que apenas três times mereceram o acesso à competição mais importante da América - São Paulo, Grêmio e Cruzeiro. O Palmeiras, detentor da quarta vaga, não foi merecedor pela inconstância durante o campeonato. Oscilou excessivamente, alternou partidas espetaculares e pífias num curto espaço de tempo. O Flamengo, quinto colocado e, portanto, não classificado, também não merecia a vaga caso a conquistasse. Chegou a liderar por diversas rodadas, mas teve uma vertiginosa queda ao vender peças essenciais do elenco, sequer recompondo-as à altura. Salários atrasados e brigas internas acentuaram o insucesso rubro-negro no brasileirão. Quanto à Sulamericana, entraram: Goiás, Botafogo, Vitória, Coritiba, Atlético-PR, Internacional (atual campeão), Flamengo e Sport. A torcida é para que, a partir do inédito título de um brasileiro, esta competição seja vista com bons olhos e valorizada pelos times que dela participam.
E, finalmente, o assombroso descenso à Série B entristeceu as seguintes torcidas:
Ipatinga, Portuguesa, Figueirense e... Vasco da Gama. Esta instituição grandiosa e vencedora sente o amargo gosto da queda, sobretudo devido a autoritárias (e péssimas) administrações que se arrastavam há tempos em São Januário. Uma verdadeira doutrina imposta. Roberto Dinamite, atual presidente, colheu o que fora plantado por Eurico Miranda. Só tenho a desejar sorte ao maior ídolo do clube nessa nova empreitada rumo à Série A, que recolha os cacos deixados por estúpidos de gestões anteriores e trabalhe incessantemente na reconstrução cruzmaltina, para que em 2010 possamos ver o gigante da colina, detentor de tantos títulos e possuidor de uma história magnífica, de volta ao lugar do qual nunca deveria ter saído. Como um alento à torcida vascaína leitora deste blog, fica como reflexão um trecho de uma música do grupo de rap Racionais Mc's, que, de alguma maneira, pode servir ao atual momento pelo qual passa o Vasco:

"...o caminho da cura pode ser a doença... o caminho do perdão, às vezes, é a sentença..."
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